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Como Compor Música

Como Compor uma Música

Como Compor uma Música – 8 Dicas Infalíveis

Passo a passo para compor uma música do início ao fim

Como Compor Uma Música
Como Compor Uma Música

Existem muitas formas de se compor uma música. Alguns compositores começam escrevendo primeiro a letra, ou uma sequência de acordes, outros já saem criando a melodia com a letra junto, e por aí vai. Não existe uma fórmula que funcione para todos. Na maioria das vezes o que acontece é que o mesmo compositor tem várias maneiras de fazer música.

O que eu vou apresentar nesse artigo são dicas muito boas que você pode seguir como um passo-a-passo para compor uma música do início ao fim. Mas tenha em mente que essa é apenas UMA maneira de como compor uma música.

Fique comigo até o final que você não vai se arrepender.

Aqui está um passo-a-passo de como compor uma música do início ao fim. Aproveite!

(1) Escolha o estilo musical

Escolha o Estilo Musical
Escolha o Estilo Musical

Existem compositores que começam a compor uma música sem saber exatamente qual estilo musical que ela terá. Geralmente isso acontece quando o compositor começa pela letra. Mas se você já começar a compor uma música sabendo o estilo que ela terá, a composição fluirá mais facilmente.

Mas não basta escolher o estilo, você precisa estudar e analisar o estilo escolhido. A análise do estilo musical é fundamental! Duas características essenciais para se analisar são:

(1) A quantidade e os tipos de acordes mais comuns: preste atenção se os acordes são complexos ou simples e se as músicas desse estilo têm muitos acordes ou poucos.

(2) O conteúdo e a linguagem das letras: preste atenção em quais assuntos geralmente são abordados (amor, protesto, curtição, tristeza, sofrência, filosofia, etc). Preste atenção na linguagem utilizada: se é culta ou casual, se usa palavras de baixo calão, se usa gírias.

Analisando apenas esses detalhes com certeza você vai conseguir compor com mais facilidade e naturalidade. Esse tipo de exercício ajuda em todos os próximos passos.

(2) Defina a estrutura da música

Defina a Estrutura da Música
Defina a Estrutura da Música

O termo correto para se referir à estrutura de uma música é FORMA MUSICAL. A forma musical é um dos elementos mais importantes da música. Nada vai funcionar bem na sua música se ela não tiver uma forma equilibrada. Não adianta você conseguir criar aquele refrão matador se não souber como valorizar ele dentro da música.

Então vamos dar uma olhada nas SEÇÕES mais usadas nas formas musicais.

As formas musicais mais utilizadas no universo da música popular são variações dessas seções aqui:

Intro

Estrofe (ou verso)

Pré-refrão

Refrão

Solo

Ponte

Coda (finalização)

Essa sequência já pode ser considerada uma forma musical bem completa. É claro que nem todas as músicas utilizam todas essas seções e nem seguem essa estrutura exatamente. Algumas músicas não têm introdução, outras começam no refrão, outras não têm ponte nem solo, outras repetem o refrão várias vezes, e assim por diante.

O importante é você escolher como será a forma da sua música, ou pelo menos saber quais dessas seções a sua música terá.

Um bom jeito de decidir essas questões é prestar atenção nas formas utilizadas nas músicas do estilo que você quer compor. Tem estilos que não usam refrão e tem outros que valorizam muitíssimo o refrão, por exemplo.

Um bom exercício:

Escolha uma música que você gosta muito e analise a forma musical dela. Depois que você identificar cada seção e a maneira em que elas estão estruturadas, tente fazer uma música sua com essa mesma forma. Não se preocupe, isso não é plágio! Na verdade, algumas formas musicais são utilizadas em milhares (talvez milhões) de músicas e cada música dessas é diferente.

(3) Defina o “clima” da música

Defina o Clima da Música
Defina o Clima da Música

A escolha do “clima” é uma coisa que muitos compositores iniciantes (e até alguns experientes) deixam “ao acaso”. Mas se você perceber, todas as músicas que você adora têm um clima próprio e específico. Então, defina se a sua música vai ter um clima alegre, triste, agitado, tranquilo, agressivo, sombrio, etc. Isso facilita muito o processo de composição.

Por exemplo: se você decidir que a sua música terá um clima agressivo, talvez uma letra muito romântica não fique legal. Ou se o clima da música for muito tranquilo, talvez uma letra de protesto perca a força.

Quando você define o clima que a sua música vai ter, isso já facilita muito a sua vida, porque várias ideias que não combinariam com esse clima já são excluídas. Ou seja, você não perde tempo com ideias que ficariam ruins e, automaticamente, fica mais próximo de ideias que são mais propensas a funcionar bem com aquele clima. A escolha do clima influencia muito os três próximos passos.

(4) Crie progressões harmônicas

Crie Progressões Harmônicas
Crie Progressões Harmônicas

Uma progressão harmônica é uma sequência bem estruturada de acordes.

Esse passo tem tudo a ver com os passos 1, 2 e 3 que já vimos. Vamos ver as relações entre as progressões harmônicas e os passos anteriores:

Passo 1 – Existem progressões harmônicas típicas de cada estilo musical. Alguns estilos musicais usam acordes mais dissonantes e com sequências de acordes mais longas, já outros estilos usam acordes básicos e progressões curtas.

Passo 2 – Para cada seção (da forma musical) você vai precisar variar a progressão harmônica. A progressão utilizada no refrão geralmente é diferente da utilizada nas estrofes (versos) Apesar de isso não acontecer em todos os estilos musicais, é muito comum que cada seção da música use variações nas sequências de acordes. Alguns estilos fazem mudanças mais bruscas e outros fazem apenas algumas alterações sutis.

Passo 3 –  Os acordes têm o poder de modificar o clima musical. Se você quiser que a sua música tenha um clima triste, por exemplo, vai ser mais eficiente se você usar progressões harmônicas que privilegiem acordes menores e diminutos. Se quiser um clima mais alegre, acordes maiores podem funcionar melhor. É claro que essa história de acorde maior é alegre e acorde menor é triste não é uma coisa absoluta, mas pode ser um bom começo.

Pois bem, depois que você escolher as progressões harmônicas da sua música será mais fácil utilizá-las para seguir com o próximo passo.

(5) Crie a melodia

Crie a Melodia
Crie a Melodia

Vamos supor que você esteja seguindo esse passo-a-passo à risca e já decidiu em qual estilo musical irá trabalhar, já definiu a forma musical, já sabe qual clima a sua música terá e já criou algumas progressões harmônicas. Se você tiver tudo isso bem encaminhado, será muito mais fácil criar uma boa melodia para a sua música.

Uma coisa que você tem que entender é que cada seção da música exige uma melodia com características específicas:

Nas estrofes (ou versos): as melodias são mais graves, amenas e com carga emocional baixa. Geralmente a melodia dessas partes se repete, mas com letra diferente.

No refrão: a melodia geralmente atinge as notas mais agudas da canção, isso ajuda a elevar a carga emocional ao máximo.

No pré-refrão: a melodia precisa fazer uma ligação entre as notas graves e amenas da estrofe com as notas agudas e expressivas do refrão. Essa parte precisa preparar o ouvinte para o refrão.

Na ponte e no solo: a melodia pode variar bastante. Por exemplo, se a música já estiver com bastante energia nas outras seções, a ponte ou o solo podem dar uma aliviada na energia para preparar a entrada triunfal do último refrão. Se a música estiver com a energia baixa, essas seções podem ser utilizadas para criar um clímax.

Na introdução e na finalização: pode ser utilizada a melodia de alguma outra seção da música, mas de forma instrumental.

Essa parte da melodia confunde muita gente, por isso criei outro artigo explicando COMO COMPOR UMA MELODIA.

(6) Escreva a letra

Escreva a Letra
Escreva a Letra

Como já foi dito, existem muitas maneiras de como compor uma música. No caso deste passo-a-passo, a letra só vai começar a ser escrita agora, mas nada impede que você comece a compor uma música pela letra.

Também existem inúmeras maneiras de se fazer uma letra de música, aqui vou te propor uma que eu gosto muito e que funciona super bem.

Se você seguiu os passos até aqui, nesse momento já tem uma música quase completa. Já dá para tocar a sua música e sentir o clima dela e decidir o tema da sua letra. Então você pode fazer o seguinte. Siga esses passos:

(1) Grave a sua música tocando ela inteira e cantarolando a melodia sem letra mesmo, usando o velho “lá lá lá” ou fazendo da maneira que preferir. Não se preocupe se você não tiver um gravador profissional ou um programa de gravação no computador, pode usar o gravador do celular mesmo. Mas procure um local silencioso para fazer a sua gravação, isso ajuda muito.

(2) Depois você vai escutar algumas vezes o que gravou e escrever alguns temas que combinam com o clima da sua música. Nessa etapa você só precisa escrever os sentimentos gerais da sua música, como “triste”, “alegre”, “dançante”, “tranquilo”, etc.

(3) Agora chegou o momento de colocar a sua personalidade e escolher temas que tenham a ver com a sua experiência de vida. Por exemplo: se você identificou que o clima tá meio triste, chegou a hora de relacionar essa “tristeza musical” com algum fato triste da sua vida. Pode ser um namoro que terminou, uma mudança de cidade, um animal de estimação que morreu, ou qualquer outra coisa nesse sentido.

(4) Depois de definir qual fato específico vai inspirar a sua letra, você vai escrever como se sente em relação ao assunto. Esse é o momento de abrir o seu coração. Escreva como se fosse um diário, não precisa pensar em rimas nesse momento.

(5) Depois que você tiver bastante informações sobre o assunto, chegou a hora de lapidar o texto e deixar ele com cara de letra de música. Defina a linguagem que será utilizada na sua letra (lembre-se das análises feitas no passo 1). Se faça essas perguntas:

Sua letra vai ter uma linguagem informal? Ou o assunto é sério e precisa de uma linguagem mais culta? Você vai usar gírias e expressões regionais? Você quer contar uma história com começo meio e fim ou sua música terá poucas frases de efeito?

Pense nessas questões e ajuste o seu texto para que ele siga apenas um tipo de linguagem.

(6) Depois que tiver o texto lapidado, é hora de encaixar a letra na melodia que você já criou. Você vai prestar atenção nas acentuações melódicas. Toda melodia tem notas mais acentuadas que outras, é isso que você vai procurar. E pra que você precisa disso? Pra encaixar a letra de forma adequada!

(7) Agora que você já entendeu as acentuações melódicas, você vai começar a cantarolar a letra em cima dessa melodia. Mas vai prestar atenção e tentar encaixar as sílabas tônicas das palavras com as acentuações da melodia. Isso pode ser um pouco difícil no começo, mas essa etapa é uma das mais importante!

(8) Agora você vai gravar as partes que conseguiu encaixar. Você vai perceber que alguns ajustes serão necessários, tanto na letra quanto na melodia. A letra vai precisar ser modificada para criar esquemas de rimas que você achar interessante, e a melodia pode sofrer algumas alterações para privilegiar algumas palavras da letra.

DICA DE OURO

Não tente “forçar rimas” com frases terminando com coisas do tipo: “a fazer”, “a chorar” só para rimar com alguma palavra terminada em “er” ou “ar”. O mais natural nesse caso seria “fazendo” e “chorando”. Se você forçar a barra nas rimas, a chance de a sua letra parecer ridícula é muito grande.

Se esforce e faça modificações até ficar bom! Quando tiver dúvida sobre como a letra está soando, recite ela em voz alta e se estiver soando muito diferente de como você fala no dia-a-dia, ligue o sinal de alerta e tente reescrever a parte que está esquisita.

(7) Crie um título chamativo

Crie um Título Chamativo
Crie um Título Chamativo

“Os detalhes fazem toda a diferença”, você já deve ter ouvido essa frase, né? Pois é, isso é a mais pura verdade! E na música isso vale ouro. O título é um desses detalhes que fazem toda a diferença.

Quando uma pessoa vai ouvir uma música, geralmente, a primeira coisa com a qual ela tem contato é com o título. Isso quer dizer que o título já faz parte da música antes mesmo dela ser ouvida. Então o título precisa cativar a atenção da pessoa e fazer ela ter vontade de escutar a música.

Isso não quer dizer que você tem que criar um título espalhafatoso só para chamar a atenção. É claro que não é isso! Mas você precisa dar um título interessante para a sua música e, principalmente, que tenha a ver com o que está sendo dito na música.

Uma forma de dar um bom título para uma música é tentar resumir o assunto da letra em poucas palavras. Geralmente a parte mais importante da letra está presente no refrão, então esse é um lugar muito bom para se procurar um título. Se você repete muitas vezes uma palavra ou uma frase durante a música, pode ser uma boa pedida usar essa palavra ou frase como título.

Nunca menospreze a importância de um bom título. Como você já deve saber, hoje em dia está muito fácil gravar música (em casa mesmo) e lançar nas plataformas digitais. Por um lado isso é bom porque muita gente pode se expressar através da música de forma acessível, mas por outro lado isso causa uma verdadeira avalanche de músicas sendo lançadas diariamente na internet.

Mas o que isso tem a ver com o título de uma música? Tudo!

No meio de tantas opções de músicas sendo lançadas, o título da sua música pode ser uma arma poderosa para se destacar. Muitas vezes as pessoas escolhem músicas novas para ouvir apenas por causa do título. Isso já deve ter acontecido com você também. Então use o título da sua música a seu favor!

(8) Finalize a música

Finalize a Música
Finalize a Música

Agora estamos na reta final da composição. Garanto que você já entendeu muitas coisas sobre como compor uma música. Vamos finalizar o trabalho!

Grave você tocando e cantando a música do início ao fim. Se tiver a possibilidade de fazer a introdução e os solos, melhor ainda, mas se não puder, grave as partes que tiver letra e seguindo a forma musical que você já escolheu.

Escute algumas vezes para ver se tudo está se encaixando. Perceba se não tem cortes bruscos e desnecessários, se está faltando um momento de clímax, se a história contada na letra está clara e compreensível, se a forma musical está adequada, se a música não está muito grande ou muito pequena, etc.

Depois disso, faça todos os ajustes necessários e regrave com as alterações feitas.

Depois de todos esses ajustes, chegou o momento de deixar a música “descansar”. Você vai ouvir ela no dia seguinte ou depois de alguns dias (mas não muitos dias!). Isso vai te ajudar a se distanciar da euforia causada pela finalização de uma composição.

Eu sei que finalizar uma música dá uma sensação ótima, mas temos que ir com calma. Nesse momento de euforia nós tendemos a achar que a nossa música está maravilhosa, que é uma obra-prima, que vai ser sucesso na certa, e coisas desse tipo.

Então precisamos nos distanciar um pouco dela para podermos ver com mais clareza os pontos fortes e os pontos fracos que ainda podem ser melhorados na nossa música.

Mas eu não estou falando para você esquecer a sua música por meses, não! Não faça isso! Poucos dias já são suficientes.

Depois de todas essas etapas você pode gravar a “versão definitiva” e enviar para alguns amigos ou familiares e perguntar o que eles acharam da música. Geralmente essas pessoas vão elogiar a sua música porque gostam de você. Mas existem algumas perguntas que você pode fazer para saber se a sua música está funcionando. Faça essas perguntas:

Teve alguma parte da música que chamou muito a sua atenção e ficou grudada na sua cabeça?

Você entendeu sobre o que eu estou falando? Gostou da forma que eu abordei o assunto?

Que tipo de sentimento a música te proporcionou? Tristeza, alegria, calma, vontade de dançar, etc?

Em qual local você gostaria de ouvir essa música? Relaxando no sofá de casa, escutando ela no fone de ouvido enquanto caminha, num jantar romântico, num filme de ação, numa novela, etc?

Essa música parece com as músicas de algum artista famoso que você gosta? Qual artista?

Com as respostas para essas perguntas você vai ter muita informação valiosa sobre a sua composição. Muito melhor do que respostas do tipo: “que lindo”, “parabéns”, “adorei a música” e coisas desse tipo que, na verdade, não dizem nada.

Dica extra: registre a sua música!

Registrar a sua música é imprescindível. Isso pode te poupar muita dor de cabeça no futuro. Você pode utilizar sites pagos como o Músicas Registradas (musicasregistradas.com) ou se filiar em associações como a UBC ou Abramus, que possuem serviços gratuitos de registro de música. Não vacile!

Sobre o autor

Gandhi Martinez
Gandhi Martinez

Sou compositor, pianista, arranjador e educador musical há mais de 15 anos. Sou graduado em Música, Mestre em Interpretação e Criação Musical e Doutorando em Processos Criativos (Composição Musical). Já figurei na lista dos 21 melhores instrumentistas do Brasil com o meu primeiro CD. Já lancei diversos trabalhos com minhas composições autorais (3 CDs, 2 DVDs, 1 EP e alguns singles).

Minhas composições vão desde a canção popular brasileira até a música instrumental popular e peças eruditas. Atualmente, além do Doutorado, estou me dedicando a compor minhas próprias canções e a ensinar outras pessoas que estejam interessadas em compor música.

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